Os acidentes de trânsito não aumentaram. As pessoas não saíram enlouquecidas pelas ruas. A criminalidade e a violência não cresceram nem diminuíram. Pouca coisa mudou nos países que passaram a usar maconha para uso medicinal. O Canadá foi o primeiro a permiti-la e, mais de 10 anos depois, a planta conhecida como Cannabis sativa ganhou espaço em outros lugares como aliada para os tratamentos médicos. Não no Brasil, onde 1,5 milhão de pessoas usam a erva diariamente. Mas a medicina brasileira já levanta a principal questão encarada mundo afora: quais seriam os benefícios e malefícios da maconha para a saúde?
Não se trata de defender o consumo nem de sacudir a bandeira contra a erva. Segundo os pesquisadores, a intenção é estudar e comprovar os usos e os efeitos terapêuticos de algumas substâncias que a compõem. Para isso, há um esforço conjunto de grandes centros acadêmicos e da indústria farmacêutica no mundo inteiro. Mas, por aqui, as pesquisas na área estão mais lentas. “Ao colocar a Cannabis e os derivados dela no mesmo nível de proibição, a legislação brasileira dificulta a obtenção desses produtos para a pesquisa. O uso medicinal de derivados da planta poderia ser liberado no Brasil e regulado por uma agência brasileira da Cannabis medicinal”, palpita o psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Antônio Zuardi.
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