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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A ROUPA NOVA DO REI

Ilustração de Bertall para o conto A Roupa Nova do Rei
Me valho de um conto de fadas de autoria do dinamarquês Hans Christian Andersen, que foi inicialmente publicado em 1837, para chamar à atenção dos nossos conterrâneos do que pode a soberba de um todo poderoso influenciar no nosso cotidiano.
Leia a história:
Um bandido, se fazendo passar por um alfaiate de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele.
O bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouroseda e outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas.
Até que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do suposto “alfaiate”. Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: “Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!”, embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei.
Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho do bandido, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz.
O bandido garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança: “O rei está nu!”. O grito é absorvido por todos, o rei se encolhe, suspeitando que a afirmação é verdadeira, mas mantém-se orgulhosamente e continua a procissão.
Obs: Qualquer relação com pessoas e fatos reais, são meras coincidências.
José Regis de Souza
REGIStrando

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